Plínio Marcos, o dramaturgo da violência
Resumo
Como proposta-percurso, será lançado um olhar sobre Plínio Marcos de Barros e sua obra, sendo colocada em destaque a peça Navalha na carne – corpus deste trabalho – e o período histórico em que grande parte dela foi produzida: a ditadura militar no Brasil (1964-1985). O autor põe no palco o subproletariado, agredindo a tudo e a todos, o que provocará a ação da censura e o repúdio da burguesia. Vivendo de acordo com suas ideias, despojadamente, Plínio Marcos será uma voz “diferente” no Brasil varonil ou Brasil espoliado (dependendo da postura política que se adotava), época em que se pretendia “cimentar”, tomando de empréstimo expressão de Décio de Almeida Prado (1988, p. 100), uma aliança entre o povo e o teatro, sendo este o veículo de conscientização da massa trabalhadora. Por outro lado, muitos autores viam na arte popular a fonte na qual beber para se produzir algo genuinamente verde-amarelo. E é alguém que se dizia “semianalfabeto”, saído do picadeiro e do cais do porto de Santos, que irá explodir em 1967, dando corpo e voz àqueles que, até então, estiveram fora da cena brasileira, em todos os sentidos