Os seres humanos nascem com os aprendizados que vem de fora, pais, educadores e a sociedade, amigos, mídias, redes sociais. Mas o que é a vida senão esse aprendizado permanente, essa busca pelo conhecer, quem somos como vivemos e o que desejamos para o futuro individual e coletivo.
Sabemos viver hoje num tipo de mundo onde a estupidez é ouvida, a inteligência é ignorada e o pensar é considerado uma perda de tempo, algo sem valor, imaginar e criar então, são inapropriados. Enunciar o mundo como ele é, ou imagina ser é uma rotina instalada e a ser seguida. Repetir, opinar sem argumentos elaborados, sem conhecer com profundidade são praticas decorrentes em grande escala presente, sobretudo, nas mídias e nas redes sociais.
Construir argumentos exige leitura, atenção, concentração e um conjunto amplo de entendimentos dos fenômenos observados que não se compõem separadamente e, sim, numa rede ampla de relações objetivas e subjetivas, de códigos nem sempre inteligíveis e identificáveis
Com dizia o filósofo alemão Arthur Schopenhauer “A tarefa não é ver o que ninguém viu ainda, mas pensar sobre o que ninguém pensou sobre algo que todos veem”. Esta não é uma tarefa fácil, mas possível. Usar o intelecto para pensar além do cotidiano apresentado, da realidade aparente estruturada. Normalmente caminha contra a corrente. Cabe aos pesquisadores, intelectuais criar ideias, criar pensamentos e articulá-los com um fundamento valorativo que compõem formas amplas não de junção de ideias, mas de uma rede de ideias que se estabelecem no processo. Esses descobrimentos e invenções ocorrem a todo o momento mundo afora, na medida em que as leituras, as pesquisas e reflexões passam a existir.
Nos diálogos, onde ideiais e propostas provocativas nascem, em aparentes conflitos, podem nesse meio brotar novas trilhas, novos caminhos para estabelecer outro processo civilizacional. Esta é nossa sina, captar esses sinais para que deles possamos estabelecer interpretações possíveis sem fecharmos as discussões e os debates para que as composições de ideias se transformem em propostas e essas quem sabe algum dia em paradigmas.
Os educadores desse novo tempo se formam nas teorias, metodologias e nas práticas, onde é preciso agir com cautela e com profundidade para pensar e refletir sobre os processos em curso. O educador precisa sempre e necessariamente ser educado, acreditar e buscar uma formação permanente. Estar sempre disposto a ler, apreender e compreender o mundo. O apreender é de uma complementaridade que não finda jamais, quanto mais, mais instigado fica de buscar saberes, conhecimentos, experiências que possam contribuir para sua vida de educador. Porque o educador crítico, ao entender o traçado que nos trouxe até aqui, sempre terá condições de olhar e avaliar as possibilidades futuras, com o exercício de novos cenários, onde dialoga com o amanhã, tentando, no conjunto de seus interlocutores, encontrando pistas para sua realização. Isso implica num constante pensar e na capacidade de imaginar e criar novos exercícios individuais e coletivos de futuro.
* Paulo Bassani é Sociólogo, Escritor e Professor Universitário
** Arthur Barbosa Bassani é Estudante de Agronomia da UEL